sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Greve

Estar envolvido em uma greve é uma péssima ideia. Pela definição, greve "é a cessação coletiva e voluntária do trabalho realizada por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos trabalhistas, ou para evitar a perda de benefícios. Por extensão, pode referir-se à cessação coletiva e voluntária de quaisquer atividades, remuneradas ou não, para protestar contra algo." A greve é um dispositivo democrático assegurado pelo artigo 9º da Constituição federal Brasileira de 1988. Você pode não entender de leis, como eu, mas agora entende que a greve é algo legal e não só uma desculpa para não trabalhar. Para quem não sabe, eu sou aluna do curso de Licenciatura em Letras Português - Inglês na UTFPR. E posso dizer, com certo orgulho, que fiz parte da história da universidade por participar da greve mais longa já realizada. Foram quatro meses. Quatro meses de descaso do governo. Na segunda-feira passada, primeiro dia de saída da caverna, em discussão com o professor de Fundamentos da Literatura, foi feita a seguinte observação: o nível de desenvolvimento de um país se mede pela importância que ele dá aos seus professores. O lucro está ligado diretamente ao conhecimento. Sem ele, temos uma nação pobre, independentemente de questões econômicas. Pobres são aqueles que não conseguem perceber. Pobres somos nós que nos julgamos independentes mas somos prejudicados pela falta de reconhecimento de alguns. Pobres são esses alguns, homens de pouca fé no que fazem, com má vontade de realizar o que tem poder de fazer. Pobre é o poder! Tão pouco aproveitado, tão mal direcionado. Eu não vivenciei situações decisivas para a construção do país que temos hoje, revoluções que realmente fizeram a diferença. Mas, analisando o percurso histórico, se notam, aqui e ali, grandes lutas por algo que hoje nos parece básico, de um povo sem direitos, sem os quais nos parece absurdo conseguir viver. O que se vive hoje foi construído com pequeno passos, motivados por grandes iniciativas. Não me incomodo de esperar. Só espero que em meu livro de memórias eu possa dizer que sobrevivi a uma sociedade onde o educador não é valorizado. E que isso cause tanta estranheza quanto andar em uma Terra plana ou queimar em uma fogueira "sagrada".

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